Brasília se tornou novamente o epicentro da crise institucional entre os Poderes da República nesta semana. Na terça-feira (5), cinco deputados do Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, formalizaram um novo pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida reacende um debate polêmico que envolve liberdade de expressão, imunidade parlamentar, abuso de autoridade e os limites da atuação judicial no Brasil.
Quem são os autores do pedido?
O documento foi protocolado no Senado Federal e conta com as assinaturas de:
- Hélio Lopes (PL-RJ)
- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
- Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
- Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
- Rodrigo da Zaeli (PL-MT)
Hélio Lopes, aliado histórico de Bolsonaro, lidera a iniciativa. Recentemente, ele protagonizou um protesto em Brasília em apoio aos réus dos atos de 8 de janeiro de 2023, momento-chave citado no pedido.

Acusações contra Alexandre de Moraes
O novo pedido de impeachment não é apenas simbólico. Ele traz acusações graves contra o ministro:
- Crime de responsabilidade
- Abuso de autoridade
- Improbidade administrativa
- Censura
- Violação de garantias constitucionais
O estopim: protesto de Hélio Lopes em Brasília
Em julho, o deputado Hélio Lopes tentou montar um acampamento simbólico na Praça dos Três Poderes, como forma de protesto silencioso. A manifestação foi interpretada por Moraes e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como uma tentativa de reviver atos antidemocráticos semelhantes aos de 8 de janeiro.
Por decisão do ministro, o ato foi impedido, e qualquer nova manifestação semelhante foi proibida. Moraes ainda autorizou prisões em flagrante em caso de desobediência, alegando que “nao se negocia o Estado Democrático de Direito”.
Deputados alegam censura e perseguição política
Segundo os parlamentares, a ação de Moraes foi desproporcional e afrontou diretamente:
- A liberdade de expressão
- A imunidade parlamentar
- A autonomia do Legislativo
Eles argumentam que o protesto foi pacífico, simbólico e em nenhum momento incitou a violência ou a desordem.
Menção à Lei Magnitsky
Um ponto relevante do documento é a citação da inclusão de Moraes como alvo da Lei Magnitsky nos Estados Unidos. A legislação permite sanções a indivíduos acusados de violação de direitos humanos. Para os deputados, isso reforça as suspeitas de abuso de poder.
Trinta pedidos e nenhum avanço: o papel de Davi Alcolumbre
Até hoje, Alexandre de Moraes já acumula cerca de 30 pedidos de impeachment protocolados. Nenhum deles avançou. A decisão de dar andamento a esses pedidos é exclusiva do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Alcolumbre tem evitado comentar o assunto, o que tem gerado críticas tanto da base bolsonarista quanto de especialistas em direito constitucional.
Por que os pedidos não andam?
- Não há obrigatoriedade legal para que Alcolumbre paute os pedidos
- A jurisprudência é polêmica sobre o rito do impeachment de ministros do STF
- O ambiente político é altamente polarizado
Base histórica: quando um ministro do STF foi alvo de impeachment?
Desde a criação do Supremo Tribunal Federal, em 1891, nenhum ministro foi afastado por impeachment. A Constituição de 1988 também estabelece critérios rigorosos para esse tipo de procedimento, exigindo provas materiais robustas.
Os reflexos da crise institucional
O embate entre Legislativo e Judiciário vai além das disputas pessoais e partidárias. Ele toca diretamente em questões estruturais da democracia brasileira:
Os principais dilemas
- Qual o limite da atuação do STF?
- Onde começa e termina a imunidade parlamentar?
- A liberdade de expressão está sendo respeitada?
- Como garantir o equilíbrio entre os Poderes?
Reações da sociedade e da comunidade jurídica
Organizações da sociedade civil e entidades jurídicas demonstraram preocupação com a escalada do conflito entre os Poderes. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), “a estabilidade institucional deve prevalecer sobre disputas pontuais”.
Sugestões de links internos
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Sugestão de links externos
Conclusão: o futuro político em suspenso
O novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes mostra que o embate entre Judiciário e Legislativo está longe de terminar. A cada nova ofensiva, mais se acirra a polarização no Brasil, dificultando soluções institucionais consensuais.
Opinião de especialista
Para o jurista e professor de Direito Constitucional Rubens Glaser, da FGV-SP, “embora os pedidos tenham pouco efeito prático, eles evidenciam uma disputa pelo protagonismo institucional e revelam o desgaste da relação entre os Poderes no Brasil”.
A população segue atenta, pois a decisão de Davi Alcolumbre pode desencadear novos rumos na política nacional em um momento delicado da democracia brasileira.
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