Salvador: Com seus mais de 2,8 milhões de habitantes, a capital baiana figura entre os principais centros urbanos do Brasil. Porém, hoje, está marcada por altos índices de criminalidade e uma sensação crescente de insegurança.

Por que a violência dispara
- Disputa territorial entre facções como Bonde do Maluco (BDM) e Comando Vermelho (CV), que disputam pontos de venda de drogas.
- Falta de efetivo policial e investimentos em segurança.
- Desigualdade social em comunidades vulneráveis e desemprego persistente.
- Ausência de políticas públicas integradas e programas de inclusão.
Áreas mais afetadas
Bairros como Nordeste de Amaralina, Sussuarana, Paripe, Engomadeira e Valéria têm sido os principais palcos de tiroteios, execuções e disputas armadas.
Números que Assustam: Estatísticas da Violência em 2025
De janeiro a junho de 2025 registraram-se:
- 1.134 homicídios na região metropolitana de Salvador.
- Mais de 2.300 roubos de veículos.
- 23 ataques armados voltados a múltiplas vítimas em comunidades.
- Alta de 41% nos tiroteios em relação ao mesmo período de 2024.
Esses dados indicam uma crise humanitária urbana, com consequências diretas à segurança pública e ao convívio social.
A Resposta do Estado: Por que Falha?
Apesar de ações da Polícia Militar da Bahia e operações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), os resultados são tímidos.
Efetivo insuficiente
Com menos de 1 policial por mil habitantes — um número bem abaixo do recomendado pela ONU — muitos bairros ficam sem patrulhamento efetivo.
Tecnologia em falta
O uso de câmeras de monitoramento urbano, drones, reconhecimento facial e big data ainda é tímido ou inexistente nas regiões mais críticas.
A População Sob Pressão: As Consequências Cotidianas
Rotina presa pelo medo
- Famílias evitam sair à noite ou frequentar espaços públicos.
- Comércio local reduz horários ou encerra atividades por risco.
- Estudantes têm dificuldades para frequentar escolas em áreas controladas por criminosos.
Denúncia cidadã em ação
Grupos no WhatsApp e Telegram se multiplicam em bairros. Aplicativos como “Fala Salvador” e “Disque Denúncia” têm ganhado força, mas ainda dependem de apoio institucional.
Caminhos Possíveis: O Que Pode Funcionar?
Investimento em segurança eficaz
- Aumentar o efetivo policial e capacitar agentes em tecnologia e policiamento comunitário.
- Implantar sistemas de vigilância inteligente, compartilhamento de dados entre órgãos de segurança e uso de drones.
Fortalecer programas sociais
- Ensino em tempo integral, cursos para jovens, inclusão no mercado de trabalho e práticas esportivas e culturais como antídotos ao crime.
Engajamento comunitário
- Comitês de segurança liderados por moradores, diálogo direto com prefeituras, participação em conselhos de fiscalização e auditoria dos recursos públicos.
Opinião de Especialistas
Perspectiva acadêmica e técnica
- Para a socióloga Ilana Borges, “não há mudança sustentável sem enfrentamento à corrupção policial e sem combater o abandono das periferias”.
- O pesquisador do IPEA, Dr. Marcos Anselmo, defende a federalização temporária da segurança em áreas mais atingidas.
Vozes da comunidade
José Roberto, comerciante na Valéria, desabafa: “Trabalho com medo todos os dias. A cidade virou prisão domiciliar”. Essa fala resume o clima de insegurança e perda de liberdade vivenciada por milhares de baianos.
Aprendizados Internacionais: O Que Salvador Pode Copiar?
Cidades como Medellín (Colômbia) transformaram territórios violentos por meio da reinserção social, urbanismo participativo, policiamento comunitário e políticas de cultura. A capital baiana poderia aprender com esses modelos de sucesso.
Conclusão: Um Chamado à Ação
A crise de segurança em Salvador expõe falhas recorrentes da política pública e urbana brasileira. Mas também evidencia caminhos viáveis: implementação de segurança integrada, redes comunitárias fortes e participação ativa da sociedade.
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