O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) apareceu, mais uma vez, em destaque nas pesquisas — mas não de um jeito que ele gostaria. Segundo o novo levantamento da Genial/Quaest, divulgado nesta quinta-feira (9), ele é o político mais rejeitado entre os possíveis candidatos à Presidência da República em 2026. O número chama atenção: 68% dos eleitores afirmam que conhecem o parlamentar e não votariam nele de jeito nenhum. Outros 20% disseram que votariam e 12% sequer sabem quem ele é, o que, convenhamos, é pouco provável considerando o sobrenome que carrega.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre os dias 2 e 5 de outubro, espalhadas por 120 municípios do país, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Ou seja, é um dado bem consistente — e que pinta um cenário preocupante pro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além da rejeição crescente, Eduardo anda meio sumido. Ele está fora do Brasil desde fevereiro, mesmo após o fim da licença parlamentar. A ausência prolongada já começa a pesar: as faltas nas sessões da Câmara estão acumulando e podem acabar levando à cassação do mandato. E isso, claro, piora ainda mais sua imagem num momento em que o bolsonarismo tenta se reorganizar politicamente.
STF e risco de condenação
Pra complicar, o deputado também está na mira do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é investigado por coação no curso do processo, um crime que pode render até seis anos e oito meses de prisão, com agravante de continuidade delitiva. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Eduardo teria participado de tentativas sucessivas de interferir no julgamento da ação penal sobre a chamada trama golpista, aquela que mirava nas instituições e buscava desacreditar o resultado das eleições de 2022.
Essa investigação é mais uma dor de cabeça pra família Bolsonaro, que vem enfrentando uma série de processos e acusações desde que o ex-presidente deixou o Planalto. Inclusive, é curioso ver como o clã — antes unido — parece cada vez mais dividido sobre os rumos políticos. Enquanto Flávio Bolsonaro tenta manter um tom mais institucional no Senado, Eduardo adota uma postura mais radical, de confronto constante.
Rejeição em alta
A má fase do deputado não é novidade. Pesquisas anteriores já mostravam um crescimento constante na rejeição. Em janeiro, 55% dos entrevistados disseram que não votariam nele. Em março e maio, o número subiu para 56%. Em agosto, já batia 57%. Agora, chega a 68%, o maior índice até aqui. É uma escalada preocupante, principalmente pra quem sonha em disputar o Planalto.
Analistas políticos avaliam que o desgaste tem várias causas. Além da associação com os escândalos envolvendo o ex-presidente, pesa também o comportamento combativo e as declarações polêmicas que Eduardo costuma dar nas redes sociais. Recentemente, por exemplo, ele se envolveu em discussões sobre censura, voltou a atacar o STF e até ironizou a imprensa — o que, pra boa parte do eleitorado, soa como mais do mesmo.
Um cenário difícil
Enquanto isso, outros nomes da direita tentam ocupar o espaço. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas, aparecem em melhor situação nas sondagens, com menor rejeição e discurso mais moderado. Há quem diga que Eduardo corre o risco de virar um personagem secundário dentro do próprio campo bolsonarista.
Com tanta rejeição, ausência no Congresso e problemas na Justiça, o deputado enfrenta um cenário político bem complicado. E o pior: 2026 nem começou ainda.
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