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Rejeição a Janja atinge o maior patamar desde 2024, aponta pesquisa

Rejeição a Janja atinge o maior patamar desde 2024, aponta pesquisa

Welesson Oliveira 3 semanas ago 0 43

Rejeição a Janja atinge o maior patamar desde 2024, aponta pesquisa.

A popularidade da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, mais conhecida como Janja, entrou em uma fase complicada. Dá pra dizer que é o pior momento desde maio de 2024, pelo menos em termos de avaliação popular. Uma pesquisa divulgada recentemente pelo instituto PoderData, feita entre 27 e 29 de setembro de 2025, mostrou um dado preocupante para o governo: 61% dos brasileiros que dizem conhecer a primeira-dama afirmam desaprovar sua atuação junto ao Planalto.

Esse número, pra se ter uma ideia, é 11 pontos percentuais mais alto do que o registrado na sondagem anterior, lá em junho. Enquanto isso, a aprovação caiu para apenas 23%, o menor índice já anotado desde que o levantamento começou a ser feito, em maio do ano passado. Há ainda uma fatia de 16% que preferiu não opinar ou respondeu que não sabe bem o que achar.

Um detalhe interessante é que, ao mesmo tempo em que sua imagem se desgasta, o grau de conhecimento da população sobre ela só aumenta. Em setembro de 2022, antes mesmo da eleição que garantiu a Lula o terceiro mandato, só 63% diziam saber quem era Janja. Hoje, esse número chega a impressionantes 89%. Dentro desse universo, 38% dizem que a conhecem bem e outros 51% apenas “de ouvir falar”. Apenas 11% continuam sem ideia de quem ela seja.

O levantamento ouviu 2.500 pessoas espalhadas por 178 municípios, cobrindo todas as 27 unidades da Federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança da pesquisa é de 95% — ou seja, não dá pra tratar como um dado isolado ou irrelevante.

Agora, vale uma reflexão: por que será que a imagem de Janja está caindo tanto, justamente quando ela se torna mais conhecida? Não é segredo que a primeira-dama tem assumido um papel bem mais ativo e midiático do que muitas de suas antecessoras. Diferente de Marisa Letícia, que sempre manteve uma postura mais discreta, Janja aparece em eventos, participa de debates, dá entrevistas e até opina em questões de governo. Essa exposição constante, que em um primeiro momento parecia reforçar sua imagem de mulher forte e engajada, acabou também criando espaço para críticas.

Muita gente diz que ela se envolve demais em temas políticos, algo que nem todo eleitorado enxerga com bons olhos. Outros acham que há uma espécie de “personalismo” exagerado no governo, como se a figura da primeira-dama competisse com ministros ou até com o próprio presidente em determinados momentos. E, convenhamos, em tempos de redes sociais, qualquer deslize, qualquer frase fora de contexto, vira munição para opositores e alimenta polêmicas instantâneas.

Se olharmos para o cenário atual, com o país enfrentando inflação pressionada pelos preços dos alimentos, gasolina nas alturas e discussões cada vez mais acaloradas sobre pautas ambientais, trabalhistas e de segurança pública, a popularidade de qualquer figura ligada ao governo tende a sofrer. E Janja, por estar sempre em evidência, acaba sendo um alvo mais fácil.

Também não podemos ignorar que existe uma resistência histórica a mulheres em posições de protagonismo político no Brasil. Basta lembrar o que aconteceu com Dilma Rousseff: a então presidenta foi atacada de forma misógina em vários momentos, com piadas, apelidos e deslegitimação constante. Claro que o caso de Janja é diferente — ela não ocupa cargo eletivo — mas a lógica de julgamento social segue parecida.

Ainda assim, é curioso notar que, apesar da desaprovação crescente, ela continua marcando presença ao lado de Lula em viagens internacionais, encontros com chefes de Estado e solenidades importantes. Recentemente, por exemplo, esteve em Nova York durante a Assembleia Geral da ONU, onde posou para fotos com figuras como António Guterres e até participou de agendas paralelas sobre sustentabilidade.

Resumindo: a pesquisa do PoderData mostra que Janja virou uma figura conhecida nacionalmente, mas essa visibilidade tem cobrado um preço alto. Resta saber se o governo vai tentar recalibrar sua exposição pública ou se continuará apostando na estratégia de mantê-la como uma voz ativa e presente ao lado do presidente.

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